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Ministério da Saúde classifica bariátrica como essencial e cirurgia deve ser priorizada na saúde pública

Apesar de fundamental para reduzir chance de óbitos e agravamento de casos da Covid-19, as cirurgias bariátricas tiveram queda de 69,9% no número de procedimentos realizados pelo SUS no último ano.


O Brasil perdeu 36.331 vidas nesta pandemia de pessoas com obesidade, fator de risco para o agravamento de quadros da Covid-19. Somente na capital federal, 15,3% dos óbitos relacionados ao vírus foram de brasilienses com essa comorbidade. Por conta desse cenário, o Ministério da Saúde classificou a cirurgia bariátrica como um dos procedimentos eletivos essenciais.

A operação deverá ser priorizada na saúde pública e suplementar com retomada dos procedimentos em até 12 semanas, a contar do começo de julho, quando a recomendação foi publicada no documento Diretrizes da Atenção Especializada no Contexto da Pandemia de Covid-19, do Governo Federal.

Ao contrário de doenças pré-existentes como cardiopatia e diabetes, responsáveis pela maior parte dos casos de óbitos relacionados à Covid-19 de pessoas com comorbidades, a obesidade tem como característica a letalidade maior em pessoas com menos de 60 anos que acabam falecendo por conta da infecção, como mostra o último boletim epidemiológico especial publicado pelo Ministério da Saúde. Foram 21.336 óbitos registrados nessa população, enquanto 14.995 mortes foram de idosos.



Questão de saúde

Todos esses fatos e estatísticas mostram que a cirurgia indicada em casos de obesidade é um procedimento baseado na saúde do paciente. É isso que explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Fábio Viegas. O especialista avalia que entender a cirurgia bariátrica como um procedimento estético é minimizar a obesidade mórbida.

"O paciente obeso mórbido possui uma incidência elevadíssima de morte precoce. 70% dos pacientes obesos mórbidos vão morrer antes dos 50 anos de idade, e vão morrer porque possuem hipertensão grave, diabetes, câncer de mama, câncer de endométrio, câncer de colo, vão morrer de apneia do sono, ou vão desenvolver insuficiência cardíaca, enfim. São mais de cinquenta doenças associadas."

O médico ressalta ainda que é preciso analisar a obesidade mórbida como uma doença, pois o senso comum ainda enxerga o fator como algo possível de mudança, algo exclusivamente comportamental. "O obeso mórbido não é obeso porque quer. Nós estamos falando de uma doença que é metabólica, que é genética, que é multifatorial. Hoje, a obesidade mórbida é a principal causa de mortalidade no mundo, e, no Covid grave, nós assistimos uma incidência elevadíssima de pacientes jovens morrendo de Covid-19 porque eram obesos", lembra.



Saúde afetada

Mariana Areal, 26 anos, realizou a cirurgia há pouco mais de um ano, por perceber que o sobrepeso estava prejudicando a saúde de diversas formas. "A minha saúde já estava muito afetada, eu tinha esteatose hepática, estava pré-diabética e alguns problemas que o sobrepeso acaba acarretando. Minha vida mudou totalmente. Eu tenho motivação para fazer pequenas coisas, coisas do dia a dia, que o peso atrapalhava. Porque também é um processo psicológico", conta.

A estudante também cita o preconceito que existe na sociedade em relação à obesidade, diferente de outras doenças comuns. "Fui muito criticada por fazer essa escolha, com a idade que eu tenho, e ainda existe uma visão de que a cirurgia bariátrica é considerada muito perigosa, muito agressiva, mas isso mudou. A falta de informação também gera um preconceito. Sempre tem alguém que vai falar que era só fazer dieta, ir para a academia, 'trancar' a boca. Sempre tem alguém para julgar um processo pelo qual não tem conhecimento, mas a cirurgia era meu último recurso para recuperar a saúde", diz Mariana.

Queda na pandemia

Apesar de fundamental para reduzir chance de óbitos e agravamento de casos de infecção pelo novo coronavírus, as cirurgias bariátricas tiveram queda de 69,9% no número de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no último ano. Foram realizados 12.568 tratamentos cirúrgicos de obesidade em 2019 e apenas 3.772 em 2020.

Em 2021, até o mês de maio, o SUS registrou somente 484 cirurgias. No documento de diretrizes da atenção especializada do Ministério da Saúde, há o destaque de que o retardo no tratamento da obesidade pode resultar no aumento da morbimortalidade, e que é preciso acelerar o processo, pois o atraso resultará em danos maiores aos pacientes, com maior custo e sobrecarga, a médio prazo, para o sistema de saúde.

Fonte: Br 61

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CFM agiu com timidez e sem representatividade frente aos desafios da pandemia

Segundo Gabriel Oselka, presidente da comissão de ética da Sociedade Brasileira de Imunologia, "o Conselho Federal de Medicina sempre buscou se refugiar atrás do conceito de autonomia do médico".


Há quase um ano e meio, o Brasil ainda vive um momento delicado frente às dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. E, diante desse cenário do alto número de mortes e incertezas em relação ao que pode vir em curto e médio prazo, a atuação do Conselho Federal de Medicina (CFM) foi apagada, tímida e sem representatividade. É o que afirma o pediatra Gabriel Oselka, presidente da comissão de ética da Sociedade Brasileira de Imunologia e ex-presidente do CFM.

"Creio que a atuação do CFM, ao longo da pandemia deixou muito a desejar. Sendo bondoso, eu diria que a atuação do CFM foi muito tímida. Faltou uma clara liderança, que é o que se espera do CFM. É a única entidade que representa todos os médicos, e entendemos que o papel do CFM não é defender os médicos, mas atuar na relação dos médicos com a sociedade, e defender, de todas as formas possíveis, o melhor exercício da medicina no sentido de beneficiar o paciente" destaca.

Ainda segundo Oselka, o Conselho Federal de Medicina sempre buscou se refugiar atrás do conceito de autonomia do médico. "Todos nós defendemos a autonomia do médico, mas essa autonomia não pode ser absoluta. Se defendêssemos o ponto de vista de que a autonomia dos médicos é absoluta, chegaríamos ao absurdo de dizer que qualquer coisa que o médico prescreve ao paciente seria defensável", pontua.

"Faltou liderança"

Questionado sobre as realizações de ações e projetos desenvolvidos ao longo da pandemia, o CFM respondeu que, junto aos Conselhos Regionais de Medicina, promoveu "diferentes atividades de educação continuada, como webinars e palestras sobre temas relacionados à Covid-19. Também ofereceu visibilidade aos protocolos de atendimento definidos pelo Ministério da Saúde e/ou outras entidades médicas com o intuito de ampliar o acesso a conhecimento específico sobre a Covid-19".

O CFM também disse que "outra ação promovida foi a produção de uma série de podcasts, onde especialistas convidados traziam recomendações de atendimento a pacientes com Covid-19 de diferentes perfis e quadros de saúde". No entanto, na avaliação de Gabriel Oselka, as medidas não foram suficientes para atender aos anseios dos profissionais da medicina, de forma que eles se sentissem seguros para trabalhar em meio ao caos pandêmico.

"No geral, o que se esperava e ainda se espera do CFM é uma atuação de mais liderança, mais presença, que dê aos médicos a confiança. A atuação do CFM não foi suficiente para dar aos médicos a segurança que eles deveriam receber", disse.


Faltou acolhimento

Até o momento, o número de casos de Covid-19 confirmados no Brasil chegou a mais de 19,2 milhões, de acordo com o Ministério da Saúde. A taxa de letalidade, por sua vez, está em 2,8%. Dentro desse panorama, há pacientes que se dizem inseguros quanto ao atendimento realizado por determinados médicos. É o caso, por exemplo, da secretária Michele Souza, 27 anos, moradora da cidade de Planaltina (DF).



Logo que os primeiros sintomas da Covid-19 se manifestaram, Michele procurou apoio em um pronto socorro. No entanto, ainda na recepção do hospital, percebeu que a morosidade e a falta de informação adequada seria outro problema. A secretária disse, ainda, que, ao ser atendida, a reação do médico foi de espanto, pois, ao saber que estava diante de um quadro de Covid-19, o profissional achou que o correto seria ela estar em casa e isolada.

"Eu acho que muita gente morreu por isso. 'Espera, está com Covid-19? Afasta'. E, por estar com Covid-19, eu deveria ser preferencial. Para não contaminar ninguém", explica Michele Souza.

Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia do Maranhão, Eliandro Araújo, o momento é delicado, mas é necessário que os profissionais de saúde estejam confiantes e certos da responsabilidade de fazer um bom atendimento, de modo a evitar que os pacientes desenvolvam, inclusive, problemas como depressão e ansiedade.



"Outra coisa que pode impactar é o estresse. Os profissionais da saúde estão há muito tempo lidando com todas essas situações de atendimento. De repente, como consequência de um grande estresse, pode haver impacto no atendimento. E, a gente orienta sempre que se atentem para isso, para que o cansaço ou o estresse não interfira no acolhimento do paciente", pontua.

Vale destacar que os pacientes que tiverem queixa ou denúncia contra médico no exercício de sua função, podem apresentá-las no Conselho Regional de Medicina do local onde houve o atendimento. A partir desse ato, o CRM deve tomar as providências cabíveis que podem implicar em abertura de sindicância e de processo ético profissional, em caso de irregularidade confirmada. Caso haja condenação, após julgamento em plenário, o acusado fica suscetível à aplicação de penalidades previstas em lei.

Fonte: Br 61

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No Brasil 172 pessoas desaparecem por dia

Relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) aponta as maiores dificuldades dos familiares de pessoas desaparecidas.


"O desaparecimento da minha filha realmente mudou a nossa vida. Porque ele remete a uma situação que você não consegue pensar, não consegue achar solução. A única coisa que você pensa é achar o mais rápido possível."

Esse é o relato de Vera Lúcia Ranú, mãe de Fabiana Renata Gonçalves, que desapareceu no dia 12 de novembro de 1992, no bairro Jaraguá, em São Paulo.

Fabiana tinha 13 anos quando foi para a escola e nunca mais voltou para casa. Na época, para registrar boletim de ocorrência de desaparecimento era necessário aguardar um período de 72h, e Vera Lúcia só conseguiu fazer o registro após 100h do sumiço da filha. Nesse período, ela e a família procuraram Fabiana por hospitais, IML, vizinhança e na casa de amigos, mas não obtiveram resultado. Neste ano completa 29 anos do sumiço de Fabiana.

Vera Lúcia relata que na época não houve êxito na investigação por parte da polícia, pois não existia vestígios por onde começar as buscas e precisou se ausentar do trabalho. Além das mudanças no cotidiano, o sumiço da filha impactou toda a família.

"Eu tive vários problemas de saúde, principalmente psicológicos, e os meus filhos também. Como eram muito pequenos eles não entendiam por que a irmã tinha saído do convívio social deles e a todo momento queriam saber onde ela estava, eles não entendiam a situação. Recorri a um tratamento psicossocial para as crianças poderem superar essa situação", relata Vera Lúcia.

Uma das situações mais difíceis para ela e o marido foi lidar com diversas pistas falsas sobre o paradeiro de Fabiana, o que resultou em gastos maiores com investigação particular e viagens. "O desaparecimento de um filho é um sentimento confuso, por um lado a gente tem esperança, por outro lado, de repente, também vem a desesperança. Eu costumo dizer que quem tem um filho desaparecido não vive mais, ele simplesmente sobrevive o dia a dia para continuar na busca."

  • "A meu ver o desaparecimento é uma sepultura sem túmulo. Porque quando a gente enterra um familiar existe uma sepultura que você chora e visita nos momentos que sente saudades. O desaparecimento fica marcado naquele dia que você se vê com a falta da pessoa e busca dia após dia, ano após ano."
Vera Lúcia Ranú, fundadora e presidente da ONG Mães em Luta.

Logo nos primeiros anos do desaparecimento da filha, Vera Lúcia fundou, junto com uma amiga, que também teve a filha desaparecida, a ONG Mães da Sé, uma das maiores organizações do Brasil para a busca de pessoas desaparecidas. "Foi um marco no nosso país, porque ninguém falava sobre desaparecimento, principalmente de crianças e adolescentes", conta Vera Lúcia.

As manifestações da Mães da Sé tiveram início com um protesto silencioso no qual os familiares de pessoas desaparecidas se reuniram na escadaria da Praça da Sé, em São Paulo, segurando fotos na esperança de que alguém as visse e pudesse ter alguma notícia das pessoas ali divulgadas. Atualmente os protestos ainda acontecem da mesma forma.



Em 2005 Vera Lúcia fundou outra organização voltada a pessoas desaparecidas, a Mães em Luta, que trabalha com a prevenção nas comunidades e escolas por meio de palestras com familiares e jovens sobre as principais causas do desaparecimento. A ONG busca junto às autoridades de políticas públicas mais eficazes na busca de pessoas desaparecidas. A Mães em Luta e Mães da Sé já localizaram mais de dez mil pessoas no Brasil.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, existem 62.857 pessoas desaparecidas no país, sendo 172 casos por dia. Entretanto, houve uma queda de 21,6% entre 2019 e 2020. São Paulo possui 18.342 pessoas desaparecidas, sendo o estado com a maior quantidade, seguido por Minas Gerais (6.835) e Rio Grande do Sul (6.202).

Conforme informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), São Paulo é o estado do Brasil que tem reportado o maior número de registros de desaparecimento, o que significa que a área tem relevância para entender o fenômeno e representa a diversidade do Brasil. Por isso, a instituição fez um estudo sobre o impacto e as necessidades dos familiares de pessoas desaparecidas que servirá também para orientar os governos a fim de promover projetos e respostas adequadas a essas necessidades.

O relatório intitulado "Ainda? Essa é a palavra que mais dói" foi realizado com 27 famílias do estado paulista que tiveram acompanhamento constante e participaram de entrevistas coletivas e individuais desde 2018. Também foram ouvidos 18 servidores públicos com experiência no atendimento a casos de desaparecimento e seis líderes e colaboradores de associações de familiares de pessoas desaparecidas.

Segundo a coordenadora do programa de pessoas desaparecidas e suas famílias do CICV, Larissa Leite, as consequências do desaparecimento de uma pessoa afeta todas as áreas da vida dos familiares. "Vemos famílias sofrendo a angústia e muitas vezes se jogam em atividades perigosas que acabam tomando todo o tempo de um familiar. Esse, muitas vezes, deixa de trabalhar e acaba ocasionando em um adoecimento mental e um adoecimento físico."

Quadros de depressão, ansiedade e adoecimento psicossomático são os mais frequentes entre os familiares. Além disso, existe também o impacto na parte econômica, pois as famílias costumam investir tudo o que tem na busca pelo parente que desapareceu e há também consequências de ordem jurídica.

O relatório aponta que entre os problemas de ordem jurídica enfrentados pelos familiares estão o recebimento de boleto de cobrança por um curso que a pessoa desaparecida não havia iniciado; impossibilidade de encerrar a conta bancária da pessoa desaparecida, existindo cobrança de taxas bancárias; manutenção em depósito judicial de valores decorrentes das verbas trabalhistas pagas pela empresa na qual a pessoa desaparecida trabalhava e impossibilidade de transferir para o comprador um veículo registrado em nome da pessoa desaparecida.

O CICV realiza desde 2019 um programa de acompanhamento às famílias de pessoas desaparecidas. A iniciativa, que termina no final deste ano, auxilia cerca de 40 famílias, a maioria participantes da avaliação de necessidades. "Nesse programa de acompanhamento realizamos várias atividades focadas em fortalecer essas famílias para que elas não fiquem paralisadas pela busca e nesse fortalecimento elas passam por atividades psicossociais, passam também por atividades informativas sobre direitos, serviços, atividades que procuram sensibilizar as famílias para o autocuidado e ensiná-las a promoverem entre elas o apoio mútuo", explica Larissa Leite, da CICV.

A coordenadora destaca ainda que os atendimentos individuais são ofertados. "Realizamos atividades de promoção da memória sobre as pessoas desaparecidas e atividades públicas que podem ser reparadoras, porque as famílias sentem necessidade de que seu sofrimento seja reconhecido socialmente, já que é um sofrimento tão específico e muitas vezes um pouco negligenciado pela sociedade."

Perfil das pessoas desaparecidas

Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, ainda não é possível extrair dados que indiquem se existe ou não um perfil preponderante entre as pessoas desaparecidas no Brasil. "Ainda existe uma dificuldade de centralização de informações sobre os registros de desaparecimento e como não conseguimos centralizar e atualizar essas informações, também não conseguimos saber quais são as características dessas pessoas: idade, local de moradia e até as circunstâncias do desaparecimento", explica Larissa Leite.

A fundadora e presidente da ONG Mães em Luta, Vera Lúcia Ranú, diz que o desaparecimento é um leque de possibilidades muito grandes. "Ele começa com conflitos familiares, passa pela prostituição, adoção ilegal, violência sexual, pedofilia, homossexualismo, tráfico de drogas, enfim, ele é um leque de situações sociais vulneráveis a qual a maioria das pessoas afetadas são as mais carentes, porque são as mais invisíveis, tudo é mais difícil, todo acesso é negado", diz.

  • "O desaparecimento no nosso país é um crime social, um crime no qual acaba com a família, acaba com a saúde, faz com que a estrutura familiar acabe. É preciso entender que todos nós podemos passar por isso."
Vera Lúcia Ranú, fundadora e presidente da ONG Mães em Luta.

Circunstâncias do desaparecimento

Além do momento e do local do desaparecimento, algumas informações prestadas pelos familiares que participaram do relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha sobre as circunstâncias do fato se sobressaíram nas entrevistas.



A coordenadora do programa de pessoas desaparecidas e suas famílias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Larissa Leite, explica que o relatório possui pilares importantes, como sugestões para criar um mecanismo de busca de pessoas desaparecidas.

"No Brasil nós temos várias iniciativas e existe uma lei recente que trata da busca de pessoas desaparecidas, mas ainda é necessário aprimorar a coordenação entre todas as instituições que têm um papel relevante. Aqui a gente fala da polícia, dos estudos de medicina legal, do cemitério, dos hospitais, casas de acolhimentos, serviços que atendem pessoas vulneráveis e muitos outros. Todos esses serviços precisam estar articulados em um mecanismo que seja eficiente, que faça um bom compartilhamento de informações e que seja baseado em protocolos acordados entre todas as instituições."

O segundo pilar seria a criação de um centro de referência multidisciplinar que possa atender as famílias e ser fonte de comunicação com as outras instituições que têm um papel importante para atender as necessidades. E o terceiro pilar, de acordo com o CICV, seria um aperfeiçoamento legislativo.  

"Hoje já existem normativas mais claras sobre o desaparecimento, mas alguns problemas ainda precisam de uma solução que passa por normatização, como por exemplo, definir o status jurídico de pessoas desaparecidas para que as famílias possam ter acesso rápido aos direitos e também solucionar problemas jurídicos que começam a acontecer imediatamente após o desaparecimento", pontua Larissa.

Vera Lúcia Ranú também faz parte dos familiares que recebem ajuda do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e diz ter recebido bastante apoio. "Ela é um suporte no qual tem nos ajudado muito a passar por essa situação, entender melhor através de ajuda psicológica, através do amparo, através da união de familiares e buscando também, junto com a gente, caminhos com as autoridades que possam amenizar e criar políticas públicas de busca e divulgação."

O administrador Jonis Martins é uma das pessoas que fez parte do relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e também participa das ações oferecidas a pessoas que possuem familiares perdidos. Segundo ele, o CICV o auxilia de forma positiva. "Nós somos um grupo de aproximadamente trinta e poucos familiares tentando identificar quais são as nossas necessidades. O CICV começou a fazer um trabalho lindo de conectar as nossas necessidades com as autoridades e fazer tudo isto ser movimentado com um poder maior de fala, de conectar as pessoas e de unir os familiares, dando a possibilidade desta ligação com as autoridades."

Era sábado à tarde, dia 30 de janeiro de 2016, no bairro da Vila Maria (SP), quando a mãe de Jonis Martis, Sueli de Oliveira, desapareceu. Na época, com 68 anos, ela saiu para passear e não retornou no horário de costume. A noite chegou e, preocupado, pois a mãe estava passando por alguns quadros psiquiátricos, Jonis saiu para procurá-la. "Os minutos foram passando e começou o meu pesadelo. Neste momento não sabia nem o que fazer. Porque você nunca pensa na possibilidade da pessoa desaparecer. Imaginei que ela estava na casa de uma amiga e comecei a ligar para as pessoas que eu conhecia, liguei até para o meu pai que é casado e mora em outra cidade. No momento que descobri que ela não tinha voltado para casa foi desesperador", relata o administrador.



No dia seguinte Jonis registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento e passou a contar com a ajuda de pessoas para divulgar nas redes sociais e realizar buscas pelas ruas, mas sem respostas. "O sentimento de espera é desesperador porque a qualquer ligação, a qualquer mensagem, a qualquer campainha você cria uma expectativa muito grande de que a qualquer momento vai receber uma resposta e isto vai te destruindo. Já passaram cinco anos e não tenho nenhuma resposta."

Com relação a dividir a história com outras pessoas que têm familiares desaparecidos na CICV, Jonis diz que conseguiu enxergar a situação de uma forma manos doída e que isso o ajuda a manter a esperança de um dia reencontrar a mãe. "Você falando a mesma língua com as pessoas que passam por esse problema passa um tipo de esperança. De vez em quando eu tento evitar para poder seguir a minha vida, tento não me envolver com o assunto de desaparecimento, mas é inevitável porque tudo acaba ligando a minha mãe, que é algo muito forte dentro de mim, em algum momento vem à tona a lembrança, mas nunca a falta de esperança."


Fonte: Br 61

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“Falta de acompanhamento médico adequado durante o início dos sintomas pode contribuir para quadros graves da Covid-19”, afirma especialista

***Relatos de vítimas da Covid-19 que passaram por dificuldades, medos, inseguranças, dores e solidão durante o período de infecção do coronavírus.


Em agosto do ano passado a secretária Michele Souza, 27 anos, moradora da cidade de Planaltina (DF), testou positivo para Covid-19 e o infortúnio surgiu durante a recuperação de uma crise de ansiedade. Michele conta que foi atacada por múltiplas sensações, de várias formas e ao mesmo tempo, como o medo.

"Quando peguei o exame e vi que o resultado era positivo fiquei abalada. A sensação que tive era que ia morrer e deixar meu filho. Foi desesperador", relata a secretária.

Logo que os primeiros sintomas da Covid-19 se manifestaram, a secretária buscou o pronto socorro. Já na recepção do hospital se deparou com uma nova realidade, onde a morosidade e a falta de informação adequada agem fortemente.

Ao contrário dessa situação, Michele ansiava por diagnósticos exatos, respaldados em exames para ter tranquilidade. No entanto, a secretária relata que a reação do profissional foi de espanto, ao saber que estava diante de um quadro de Covid-19, quando para o médico o correto seria ela estar em casa e isolada.

"Eu acho que muita gente morreu por isso. 'Espera, está com Covid-19? Afasta'. E, por estar com Covid-19, eu deveria ser preferencial. Para não contaminar ninguém", explica Michele Souza.

A secretária insistia a cada consulta por exames, orientações, mas conta que toda informação repassada pela equipe médica, além de morosas, chegavam superficiais. Michele demorou aceitar os diagnósticos que evoluíram para cura, mas, de forma dolorida, com transtornos e estresses demasiados e segue com sequelas psicológicas e com tratamento, até hoje.

No dia 22 de fevereiro a psicóloga Luana Karina Olivato, 33 anos, moradora da cidade de Sobradinho (DF), acordou ansiosa porque ia embarcar para uma viagem de descanso, longe do trabalho. Já se passava quase um ano de pandemia e a agenda lotada de pacientes exigia extremamente da mente e do corpo.

Luana precisava parar e a viagem foi programada, até porque, em 2018, ela sofreu com trombo embolia pulmonar e a recuperação levou meses. O retorno ao trabalho foi considerado uma vitória pessoal e providencial, já que pôde contribuir no atendimento às vítimas da Covid-19.

A expectativa era de dias tranquilos, descanso à beira mar, mas no segundo dia de férias, a mil e quatrocentos quilômetros distante de casa, a psicóloga apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 e se isolou em um quarto da hospedaria.

As orientações sobre os cuidados e procedimentos no trato da doença foram repassados pela internet. Os médicos, por meio de videoconferência, fizeram o atendimento baseado nos relatos dos sintomas, apenas, sem exames ou testes para referência. Na cidade do interior não havia testes para Covid-19 disponíveis naquele dia e muito menos vagas para atendimento nos hospitais. Ela estava na penúria e teve medo de perder a vida.

"Com muito medo. Me senti desamparada. Tinha muito medo de passar mal. A cidade, em que estava, já havia passado pelo boom de superlotação em hospitais. Foi mais um agravante que me causou pavor", relata Luana Karina Olivato.

A Covid-19 causou febre, inflamações, dores, falta de paladar, olfato, apetite e outras dezenas de sintomas na brasiliense.  A distância de casa e o isolamento foram gatilhos para a depressão e a falta de atendimento médico próximo, durante a fase crítica de manifestação da doença, trouxe crises de pânico.  

"O fato de ter um profissional próximo a você, que te oriente, te acalme, com certeza teria me trazido alívio. O fato de não ter hospital próximo, de não ter tido contato com médico, que me examinasse, que de fato verificasse os meus pulmões, me causou um desespero maior, me senti insegura", explica, Luana Karina Olivato.

Fique em casa?
A sensação de solidão e morte que a secretária Michele Souza, e a psicóloga Luana Karina Olivato, conviveram causaram sequelas físicas e psicológicas e, segundo especialistas em saúde, é fator da falta de orientação, de acompanhamento médico próximo, já no período de início dos sintomas. Aliás, "a recomendação inicial era 'uma vez com sintomas gripais, com diagnóstico da Covid-19, fique em casa e procure o hospital caso tenha queda de saturação ou piora na falta de ar'. Esse conceito caiu por terra. Hoje a recomendação é cada vez mais termos o acompanhamento de perto, o diagnóstico precoce", explica Fabrício da Silva, especialista em Emergências Clínicas e no tratamento da Covid-19 na fase grave, do Hospital DF Star, Rede D'Or.

Dr. Fabricio destaca que, mesmo nos casos leves da Covid-19, é necessário o acompanhamento médico de perto desde o início dos sintomas. Descartar a possibilidade de a doença evoluir para uma forma grave após os primeiros exames, segundo o médico, é um erro grave.  

"Sempre sugiro que tenha uma reavaliação lá pelo oitavo, nono dia, justamente para definir se o paciente vai ter uma potencial chance de evoluir para forma mais grave, se vai começar a esboçar pneumonia", acredita.

Os prejuízos e males causados pela Covid-19 ainda são um desafio para as equipes médicas e, por isso, acompanhar cada pessoa infectada, desde o início dos sintomas, é importante. Cada sinal pode indicar a forma de tratamento, e se for realizado cedo, com grandes chances de cura de amenizar possíveis casos graves da doença.

"Realizar tomografia nessa fase é importante para definir o paciente que vai evoluir com acometimento pulmonar, com pneumonia pela Covid-19 e para tentarmos otimizar o tratamento medicamentoso. Eventualmente, envolver a fisioterapia nesse cuidado e já traçar o planejamento de reavaliação, entendendo que ele está entrando na curva de piora da inflamação, em que o pico vai se dar lá no 10º, 11º, 12º dia. Essa noção de evolução e acompanhamento de perto é fundamental", pontua.


Fonte: Br 61

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